segunda-feira, março 27, 2006

PALAVRAS DESCONEXAS...




Já escrevi bastante!
Defeito meu.
Devo resumir as frases ao essencial, como o café sem açúcar, só café!
O resto é acessório.
As palavras qb.
As restantes estão mortas, como as dos livros, mortas e esquecidas, à espera de renascerem quando lidas!
(ando a pensar nisto...)·

Vou embora.
Mas volto.
Prometo!
Se me aceitares como extensão da partilha das palavras.
Perdoa esquecer-me de ti...
Por vezes os lapsos da escrita duram anos.
O último durou 20 anos, mas recomecei.
Há vinte e tal anos atrás escrevia sobre a guerra, a tropa, os sonhos tudo ao correr da pena, só algumas coisas restam do que escrevi, reunidas num possível livro a editar um dia em edição póstuma.Hoje escrevo de novo, e as palavras, ao reler as coisas antigas que restam transmitem o mesmo sentimento.
Aproveito as mesmas palavras recicladas…
Hoje falo de amor, da sua ausência, do sonho da aventura imaginada da amizade, pouca e em extinção, mas também falo da guerra, ou a impressão que me faz.
O poema "Homens de Nassiria"saiu quando vi na Tv. os caixões alinhados e as flores, dos militares espanhóis, mais o rosto das crianças de olhar sem brilho.
Este é um exemplo…
São coisas que partilho comigo mesmo, com os meus pensamento, nos momentos raros em que posso parar e pensar na vida.
Sei lá o que é a vida?

Faz tempo, se calhar demasiado, em que te escrevi, tinha razão.
As palavras continuam mortas, não obtenho retorno, ou chego à miserável conclusão
que o nosso mundo se resume ao olhar do nosso umbigo.

Fico por aqui! Tenho frio e estou a ficar com gripe...
Beijo para ti, se possível perto do calor de uma fogueira que aqueça o coração com piruetas, espirais, sorrisos, rubores, ou só o beijo roubado. ...
Uma espécie de ósculo de adolescente curioso ou audaz.

O pensamento persegue-me…

..."Mas, continuo diariamente, nos dias claros de Inverno e de chuva.
A encostar o rosto ao vidro e esperar que tu o faças, do outro lado da rua.
Na vidraça que te emoldura o rosto como um quadro que guardo religiosamente num museu meu.
Feito de memórias e de sonhos e de outras coisas inúteis..."

Faz falta conversar porra!

João marinheiro ausente
Fotografia de Barcoantigo

9 comentários:

Anónimo disse...

Gosto da maneira como usas as palavras, é mesmo assim, só as necessárias contam, as outras estão mortas. Gostei do encostar do rosto ao vidro, identifiquei-me também, gosto dos teus trabalhos, continua, um abraço.

claudia disse...

Transmites muito sentimento,para que lê é mto agradável.
Continua,gosto de te ler:)

Bjs!

Anónimo disse...

Ei! Sorria...
Mas não se esconda atrás desse sorriso...
Mostre aquilo que você é sem medo.
Tire as máscaras.
Existem pessoas que sonham com o seu sorriso, como eu.
Viva! Tente!
A vida não passa de uma tentativa.Ei!
Olhe a sua volta, quantos amigos...
você já tornou alguém feliz hoje?
Eu já...deixando aqui o desejo
de um dia feliz para ti e um
sorriso.
Beijos

Anónimo disse...

És uma pessao especial João marinheiro...mar, como gosto de te chamar. És grande...grande nas palavras, usas a grandiosidade do sonho, e a amorosidade dos sentimentos, és grandioso João...tão grandioso que a palavra vinda de ti é prazer, é aprendizagem, é cultura, tens a alma dos poetas, e o olhar de quem não perdeu a esperança. Gosto de ti...assim como gosto de conversar contigo...e tens razão faz falta conversar porra!!!.....

Joaninha disse...

Gosto especialmente das imagens que o que escreves evoca, principalmente esta "Devo resumir as frases ao essencial, como o café sem açúcar, só café!"

antónio paiva disse...

.....meu caro marinheiro, sempre soube e cada vez me convenço mais disso, as visitas trazem-nos sempre coisas boas, no seu caso fez-me vir até aqui e fez muito bem, sensualidade, dom da palavra escrita sem banalizar, muito bom mesmo.....

Abraço

BlueShell disse...

Gostei imenso....e já agora,...
não vais embora pois não?

Beijito...Posso?
***BShell***
************

Lagoa_Azul disse...

Quero ouvir de tuas palavras mortas, não te escondas da vida, e deixa sempre que o pensamento te invada...

Boa semana, deixo-te um beijo com carinho

Menina Marota disse...

"...Feito de memórias e de sonhos e de outras coisas inúteis..."

... fiquei-me aqui a ler-te. Gosto deste sossego da manhã, de ouvir a passarada cantar através da janela aberta, mesmo que a brisa da manhã, me faça estremecer um pouco.

Gosto de aqui estar a conversar com as palavras e, obtenho por vezes resposta... como esta...

A vida de todos nós é feita de memórias e sonhos, por vezes mesmo daqueles que sabemos não alcançar e de coisas inúteis, mas não fúteis...

Gosto de ler-te. Sentir que desse lado existe um pulsar, mesmo que ausente.

Fica bem. Um abraço ;)