sábado, outubro 27, 2012

Queria de ti...




Queria de ti o amor, só o amor
Extraído à força, decantado no sentir, curtido, de sabor intenso
Um trago de vinho rubro a correr por dentro
Um perfume de sangue nas veias
Como as ruas da cidade tua onde passeio hoje como estranho acossado
Porque estou de passagem aqui e não sou nada…
Acordei nos teus braços um dia
Beijei teus seios fartos
E hoje sinto um vazio tão grande
A imensidão imensa de não ser nada.
Porque estou de passagem aqui e não sou nada
Queria de ti o amor, só o amor
Impossível. Impossíveis somos
Porque os olhos já não dizem nada
O que dizem os teus olhos hoje?
Resta-nos a ausência como uma despedida
E eu caminho nesta avenida pela primeira vez
E  tu podias ser a mulher que caminha na minha frente esbelta
a qual observo enquanto vamos na mesma direcção
 simbiose perfeita dos passos com a beleza do corpo. A elegância.
E se és tu imaginada que caminhas há minha frente sem rosto, os cabelos esvoaçando
Eu já não sei nada
Queria de ti o amor, só o amor
 
São Paio de Antas Outubro de 2012