Não sei quantos
dos dias ainda serão de chuva,
Não me
importo que seja uma primavera adiada
As flores se
atrasem a desabrochar
As noites são
longas em mim
Não consigo
vencer a falta de sono o desassossego interior
Por vezes
dormes ao meu lado
Por vezes
desenho-te de memória na cama
E percorro as
tuas costas com beijos ternos
Por vezes
acordas e dás-me um abraço apertadinho
Ficamos
aninhados um no outro
Adormeço por
fim…
Mas tudo é
irrealidade em mim
Tu, a tua
silhueta, a tua pele
As formas do teu
corpo despido
Os cabelos na
almofada desalinhados
As tuas mãos
abertas...
E os beijos
São como
gotas da chuva que escorre na vidraça fria
Não passam de
criações do cérebro cansado
O
desassossego interior
O livro
aberto sobre a cama
A falta de
sono…
João marinheiro Ineditos 2013
Fotografia de António Mizael www.olhares.com