sábado, março 18, 2006

DISSE-TE PARA LERES E NÃO LIGASTE





Que estes meus escritos não te interessam
Por não te reconheceres aqui
No amor que sinto e não revelo
Na busca que faço e não encontro
Na paz que quero e não obtenho.

Disse-te para leres os meus escritos
Que são como lamentos de um coração triste
Pois o que eu quero é companhia
E alguém que goste de ler os meus escritos
Mas não ligaste ou ignoraste o meu apelo
Que é como geralmente fazes
E eu, teimoso insisto, insisto
De roda de ti com os meus escritos
Aos quais não das valor, por não sentires
Assim o amor triste e só como eu o sinto.

Mas não faz mal, tu sabes ou imaginas
Que outra possa partilhar os meus escritos
Pois se os olhos lêem o coração sente
E o meu, ultimamente está sentido e velho
Mas o que eu quero mesmo é que sintas, ou leias
Estes meus escritos que são lamentos
Dum poeta desajeitado ou nem mesmo isso.

Assim triste parto
Em busca de outra que me aceite
Ou sinta o que escrevo, os meus escritos
E se reconheça aqui no amor que também sente
Na busca que faz e não encontra
Na paz que quer e não obtêm
E assim os dois em um só
De mãos dadas abraçados, ora lemos ora escrevemos
O amor todo em palavras e em actos
Que ele o amor é como o corpo humano
Um pouco de carne, e setenta por cento de água
Complexo e simples ao mesmo tempo
Tímido ou ousado quanto baste.

E se assim eu
Na busca finalmente encontro
Alguém que goste dos meus escritos
Paro e descanso, e adormeço
De encontro ao peito ou ao regaço
Que é como fazia em pequenino e me lembro
De adormecer no colo da mãe que já partiu
E sinto, e não falo
Da ausência que tenho bem por dentro
E do segredo que guardo só meu, nos meus escritos
…Da falta que fazes e não te tenho…Mãe.

E se tu.
Um dia leres os meus escritos
Não vais reconhecer este que ama, ou te amou
Uma vida toda dedicada e em silêncio
Porque o amor puro é assim
Dedicado e em silêncio
Que é como o escrevem os poetas
Ou entoam os cantores
E eu o sinto na pele, e no corpo, ou na saudade tua
E então arrependido, não te peço mais
Nem teimoso insisto
Para leres os meus escritos
joão marinheiro ausente

8 comentários:

Anónimo disse...

Nem a vida nem a morte, alegria, paz ou desalento, nem destino, nem fado, nem sorte, brotam de um coração que fala de tempos passados. Talvez escrevas momentos passados, para mim serão momentos presentes, acho que isso está na forma como cada um de nós te lê.
Eu leio-te como tu és João...confesso que não me incomoda como te leio...pk apesar de as palavras não serem inocentes...sei que és doce como as palavras e tens a inocência que lhes falta. olho/ouço/ e calo....não por virtude....ou educação...calo-me somente pk és uma pessoa especial...e por ti sinto ternura. Beijo eterno para vcs.

hala_kazam disse...

"uma vida todo dedicada e em silencio"
de subtido vi-me refectida aqui...
os teus escritos sao lindos

*beijos*

Patrícia

Zeca disse...

Agradeço as palavras que deixaste no "Apenas Palavras", continuarei a visitar-te. Um abraço.

Anónimo disse...

Espero que esse alguém um dia leia os seus escritos,obrigada pelo convite com novo visual, lendo o que vai na alma de um poeta.Abraços e bom fim de semana.):)

Joaninha disse...

Quem não lê o que escreves, um dia - quando o souber - arrepender-se-á na certa! Keep going!!

BlueShell disse...

Que lindo o teu poema...
e que bom teres aportado no Blue...especialmente...HOJE!
Imensa gratidão de uma concha...que por ser azul...tem mais mar...e imensidão!
Beijo-te
BShelly

isabel mendes ferreira disse...

lobo......excelente!


e obrigado por teres passado no Piano....assim pude ler.te.


até logo..

bjo.

Anónimo disse...

Eu leio...gosto e
agora podes adormecer no
meu peito.Descansa João.

Um beijo imenso de boa noite.