domingo, abril 16, 2006

SONS...



Escuto os sons
Uma opera frágil nos meus ouvidos
Em clamores que cantam a dor
Sofrida de mim ausente
A paixão inexistente
Ecoam as palavras grandes
Grandes
Grandes…

Os sons dos metais
Da grande orquestra que revejo
- ÇA IRA, “There is hope”…
Um sonho realizado amigo que admiro faz tantos anos…
A companhia que me dás na tua musica sentida
Os teus sonhos musicais grandes de um homem que sente
Que ama
Que vê!
As tuas musicas que me libertam Roger
As tuas musicas que me levam a voar…
Para o outro lado da Moon
Um golpe final
The final Cut!

Os arames farpados que cercam o tempo
Amordaçam o coração sangrando
Os jogos de palavras desertas
Quem somos?
Pequenos
Aqui, agora…

A paixão por um Cristo que não existe já
Um acordar melancólico neste dia primaveril com cânticos fúnebres
Em marcha cadenciada e rítmica ao som dos tambores
Os sinos que anunciam estridentes
O clamor dos foguetes que ribombam inundando o silencio da manhã.
A boa-nova de casa em casa…
Encenada. Falsa!
A razão da existência.
Existirmos…
Sentirmos
Amar-mos
A razão de ser.

Hoje aqui e agora em dia de Paixão e Ressurreição
Não me confesso já a ti Pai…
Perdoa a falta de coragem para o acto…


As palavras ainda grandes
Erradas!

As palavras em montanhas que quero a custo vencer.
Trepar para o outro lado lúcido.
Sempre!
Sempre!
Sempre!

Todos juntos.
Só tu e eu e tu de novo…
Amigo que diriges a orquestra que escuto frágil no momento.
Esta é uma montanha onde escuto os sons num momento sublime de acústica suprema
Fecho os olhos
Sinto o vento gelado agreste mesmo, forte, perfumado
Assim inebriado de paz neste sitio especial
De olhos cerrados deixo fluírem os acordes celestiais
Das arpas tangidas por anjos brancos puros
Que só de olhos fechados se sentem
Em melodias suaves e ternas…

O perfume do amor que existe em sóis azuis
Que vejo para lá da casa
A casa sem portas
As janelas abertas
A cruz
O Cristo redentor
Os olhos fechados ainda…
Ai .
A saudade.
A saudade que sinto
A saudade que não sei já escutar ou confessar
Os rios de lágrimas que assomam
Enquanto as bombas caem por ai
Livres e inocentes até ao momento do impacto final…
A redenção minha
A minha saudade estúpida
O amor espartilhado
Esta espécie de coisa que sinto
Os amigos que não chegam nunca
Que não tenho de verdade
As minhas memórias aqui
Tão poucas no momento
A tua música que me levou a chorar não sei porquê
O ser só
Eu, só, e um deserto imenso de areias quentes
Onde vou correndo como criança
Enquanto os coros ecoam na tua música Roger
As crianças que fazem a tua musica Roger
E me sinto ai contigo assistindo ao acto sublima da criação musical…
Num desejo de tanto tempo…
Queria ser assim…
Não fui, não sou. Não sei.
Não sei…

Deixo-me ir hoje em que o Cristo anda simbolicamente crucificado
Em cruz de prata argêntea e laços de tule fedendo perfume barato
Em casas de vaidades, fatos domingueiros e pecados…

Deixo-me ir ao sabor das linhas azuis paralelas na folha onde rabisco a ânsia que sinto
Do caderno alinhado como um cemitério de heróis antigos
Numa guerra que existiu um dia nos compêndios de história antiga

E eu que sou parvo estúpido e rude
Confuso escuta a tua música
E penso que também sou parte dela
Dessa ode ao amor.

À paz!

Perdoem-me!


Hoje perco-me…


Ao Amigo imaginado Roger Waters

João marinheiro ausente
Foto Google

6 comentários:

Anónimo disse...

Como sinto pobres as minhas palavras para descrever o que senti ao ler... um grito de revolta, de achar e perder, de viver e contestar, de inquirir e perceber.
Belíssimo, soberbo!

free emotions disse...

Gostei de te ler.
Versos,entimentos muito caleidoscópicos.
Espero que não te sintas só nesta aventura.
bjos

maresia disse...

eu tenho uma Onda, aberta a todos os bravos do mar!

claudia disse...

Bem vindo:)

Era disto que falava ,fazes falta a quem te lê,alimentas a alma cm o teu jogo de palavras.

Gostei :)

Bj!

Anónimo disse...

Estou muito feliz. Obrigada pela tua continuada estadia!

Lua

Anónimo disse...

realize o sonho