
Conversar contigo hoje dói-me. E torno-me bruto nas palavras contigo. E tu não mereces que eu seja assim contigo. Mas hoje especialmente falar contigo dói-me. Porque sei que vais embora e eu fico aqui em suspenso. Porque sabe bem ter-te por perto, e já não estás nem perto nem longe. E fico em suspenso de ti por uma fracção de segundos, és minha e eu teu. E tinha um tempo um tempo antigo, que recordo, em que ficava em suspenso e era livre, e hoje recordo esses momentos da infância com uma nitidez que assusta. Voava na ponta do cais num mergulho perfeito, um acto temerário que só os mais fortes e ágeis executam, e nos segundos que antecediam a queda vertiginosa era livre e ficava em suspenso, é essa forma que fico agora entendes, é essa forma que gostava que entendesses quando te digo que fico em suspenso sempre que vais embora de mim. A diferença agora é tremenda, ao cair o chão é pedra e antigamente era uma água límpida e fria que fazia estremecer o corpo, despertar os sentidos. Gostava de mergulhar fundo até ao limite. Sempre gostei de ir ao limite no mergulho, os pulmões sufocados, o peito a arder. E eu ébrio da profundidade subia em flecha até sair fora de água, espécie de golfinho com braços…
Agora não faço isso, deixei de ser temerário, deixei de ser forte e ágil. Mas gosto de ti, e isso é um acto de coragem, o assumir esse gostar. Mas conversar, tentar conversar contigo hoje dói-me, e estou demasiado cansado para me proteger da dor. Não é uma dor física, uma ferida gotejando, é uma dor estranha de ferida interna, que mina as forças e a vontade.
Eu sei que amar é um acto egoísta. Quero-te só a ti.
Existem tantas pessoas carentes de amor e o meu é só teu. Porque te quero só minha.
Amar é ser egoísta. Porque te quero só minha. Gosto tanto de ti. Contento-me com tão pouco. Basta-me estar sentado numa mesa perto de ti olhando-te, mesmo que não dês por isso. Basta-me para me encher de amor por ti, encher de ti, da tua presença, do teu perfume, porque a fragrância perdura no ar…
Conversar contigo hoje dói-me, como me doía ontem que não estavas, ante ontem que continuavas a não estar, ou amanhã que não sei se estarás. E fico bruto comigo nas palavras contigo que escrevo agora, na esperança que um dia possas ler e saberes que aquele que estava sempre sentado a um canto no teu café preferido, estava à tua espera mesmo que nunca tenhas sequer olhado. Esperei-te sempre, dediquei-te a minha escrita, os meus versos pobres. E tu, cada vez mais bonita, e eu, cada vez mais desesperado por te amar assim. Que vai ser de mim agora que sei que partes. A quem dedico os meus versos? Estive sempre na esperança de um dia os leres, acho que não te interessa a leitura…
E conversar contigo hoje dói-me…
João marinheiro ausente 30/07/06
Agora não faço isso, deixei de ser temerário, deixei de ser forte e ágil. Mas gosto de ti, e isso é um acto de coragem, o assumir esse gostar. Mas conversar, tentar conversar contigo hoje dói-me, e estou demasiado cansado para me proteger da dor. Não é uma dor física, uma ferida gotejando, é uma dor estranha de ferida interna, que mina as forças e a vontade.
Eu sei que amar é um acto egoísta. Quero-te só a ti.
Existem tantas pessoas carentes de amor e o meu é só teu. Porque te quero só minha.
Amar é ser egoísta. Porque te quero só minha. Gosto tanto de ti. Contento-me com tão pouco. Basta-me estar sentado numa mesa perto de ti olhando-te, mesmo que não dês por isso. Basta-me para me encher de amor por ti, encher de ti, da tua presença, do teu perfume, porque a fragrância perdura no ar…
Conversar contigo hoje dói-me, como me doía ontem que não estavas, ante ontem que continuavas a não estar, ou amanhã que não sei se estarás. E fico bruto comigo nas palavras contigo que escrevo agora, na esperança que um dia possas ler e saberes que aquele que estava sempre sentado a um canto no teu café preferido, estava à tua espera mesmo que nunca tenhas sequer olhado. Esperei-te sempre, dediquei-te a minha escrita, os meus versos pobres. E tu, cada vez mais bonita, e eu, cada vez mais desesperado por te amar assim. Que vai ser de mim agora que sei que partes. A quem dedico os meus versos? Estive sempre na esperança de um dia os leres, acho que não te interessa a leitura…
E conversar contigo hoje dói-me…
João marinheiro ausente 30/07/06
Fotografia Google