segunda-feira, março 24, 2008

Tudo!...


Perdoas-me?
Tudo!
O que não consegui dizer-te com os meus silêncios.

De nós anseio apenas o beijo desesperado
Aquele que nunca demos na praia nossa
Onde nunca fomos
Num dia igual ao de hoje
O temporal com sabor a salgado
De nuvens carregadas de saudade húmida!

Um beijo confundido com as lágrimas
E o sal do rosto
Olhos fechados
O corpo apertado um abraço aflito.

O ruído das velas gastas nas vergas soltas
O balouçar do convés a desequilibrar-nos
Os braços cansados deste abraço que somos ainda
Os olhos cerrados que não vêem os rostos fechados de agora
E o navio é demasiado grande para nós que já não somos
A praia açoitada pelo vento de norte
Deserta!
Definha na memória

Perdoas-me?
O desistir de ti

João marinheiro, 2008
Fotografia de Barcoantigo em 2008

9 comentários:

Eme disse...

Que frio, este frio que mais ninguém sente.Passou tanto tempo e queres voltar como um amor arrependido, já quase fossilizado, amor eterno, de há três anos eterno não te lembras? Como é que se salva uma tábua de um naufrágio, se mesmo alimentando-a para lhe dar as forças se deixa sucumbir de novo nos longos intervalos da saudade? Melhor deixá-la esventrada no M A R.

Maria disse...

Como foi bom voltar a encontar estas memórias... e como foi bom ler-te, ler-te sempre...
Nunca se perdoa o desistir, marinheiro...

Abraço-te

Azul disse...

Boa noite João!

Eu... poderia perdoar tudo!
Mas nunca que desistisses.

Mas isso... sou eu! Que como já referi anteriormente... nunca desisto, mesmo que até saiba à partida que dificilmente conseguirei.

Abraço daqui...
Azul

Su disse...

gostei de ler.te
jocas maradas

Ana Luar disse...

Concordo João mar de sonhos.... dificlmente uma mulher perdoa que um homem desista dela.

Eu nunca perdoaria!

Beijo em ti meu querido amigo.

Sónia disse...

O unico sentir imperdoável era o de desistires de ti próprio...

BeatriceMar disse...

Olá

Embora atrasada venho informar que “roubei” um poema seu, se não estiver de acordo será imediatamente, retirado.

Obrigada!

B.

Unknown disse...

Adorei o poema... Mas desistir?
Quando há amor nunca se desiste... ou desiste?

Beijo

Carlos disse...

marinheiro não desiste....sim persiste e ruma forte contra a maré...sendo ela um amor...
gostei bastante.
Bom porto de abrigo este.


tudo de bom