segunda-feira, fevereiro 05, 2007


Recuso ver-te de outra forma que não a memória de ti
A beleza não morre e tu foste bela.
As tuas mãos, o teu rosto, os teus seios
Recuso-me ver-te de outra forma.
Quero-te no sonho prolongado
Sem que os anos passem. Guardo-te
Há qualquer coisa de injusto porque os olhos já não são da mesma idade
O que te roubou o tempo?
Recuso ver-te sem ser vivendo a tua memória
Mesmo crua e triste.
Há qualquer coisa de injusto em tudo isto
Os meus olhos tem a idade da memória…
João marinheiro 2007
Fotografia Google

9 comentários:

Anónimo disse...

Se os teus olhos têm a idade da memória então continuarás a vê-la sempre bela como a viras outrora. E aí é que está a verdadeira arte. Olhar com os olhos de outrora. Beijos

rtp disse...

Ver com os olhos da memória. Um belo e interessante exercício.
Muito lindo! Como sempre! Muitas vezes só leio. Já nem comento. Para não me repetir!

Maria disse...

Pois é, João, os meus também...
... e é por isso que são lagos...

Ana Luar disse...

"Os meus olhos tem a idade da memória…"

Os teus João...

Os meus...
E os de muitos outros olhos, que sabem guardar as coisas boas, que passam pela nossa vida.

Jinho marujo ranzinza :)

Anónimo disse...

transporto-me à um tempo
onde havia muitos campos,
margaridas e copos de leite...
minhas mãos ainda pequeninas
não sentiam-se soltas, alguém de porte fino... segurava-às, mesmo em passos firmes.
sentia-me pequena
e não é que era mesmo!
o tempo...nem sempre nos tira o brilho ou a vida, mas vai tirando-nos mãos...

Me perdoe pelo citável

quem navegas aqui é tu poeta e com grande estima embarco nas tuas memórias, que tem olhos com idade da memória...

Sophie disse...

A memória recupera as imagens, que alegram o coração.

Um beijo enorme.

Mikas disse...

Lindissimas palavras como sempre

Bruna Pereira Ferreira disse...

Não tens que esquecer nada.
A memória é o único livro que nos deixam levar para todo o lado, até para a morte.

:)

tb disse...

e é bom conservar a memória das coisas...assim não se apagam no tempo e no espaço, esse que é por vezes tão volátil...
beijinhos com todas as memórias.