sexta-feira, setembro 26, 2008

morremos...


não me despedi de ti, levei-te comigo, dentro de mim, nunca te contei. Perdi o teu contacto. Escrevi-te algumas vezes mas as cartas foram devolvidas. Depois habituei-me também à tua ausência.
Sabes, eu acho que esta vida é feita de hábitos, de gestos, de rituais diários, que nos moldam, nos acomodam, e depois o tempo burla-nos, porque nos faz perder a vontade, nos faz ganhar medo de mudar, e vamos ficando, ficando, ficando.
As trevas avançam na memória e tomam de assalto o tempo. Adormecemos por dentro.



Morremos no coração…



João marinheiro , Palavras escritas, 2008
Fotografia de Barcoantigo em 2008

8 comentários:

Maria disse...

Há ausências a que nunca nos habituamos. Apenas as aceitamos, porque não temos alternativa...
... mas são ausências sempre presentes...

Um beijo, quando morro mais um bocadinho...

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

será?

muitas vezes nos enganamos e sabemos.

muitas vezes não nos despedimos, e, sabemos que é uma despedida.

um texto de saudade...

muito o teu estilo...

beij

Justine disse...

Que desistência, que derrotismo.Que melancolia doce e poética...
Espero por isso que seja o poeta fingidor a falar...

isabel mendes ferreira disse...

e morremos tanto:_____________assaltados pelo tempo....:(


beijo João.



(sempe tão sensível).




abraço...........

Sónia disse...

Quem ama de verdade nunca se despede, apenas finge que o faz e segue em frente…ou não. A acomodação infelizmente existe e sim, concordo contigo, é aí que morremos.

AnaMar (pseudónimo) disse...

Por vezes há despedidas que têm que ser feitas. E o tempo de luto é queé superior ao que pensamos aguentar.

Mas, para seguir em frente, é necessário fechar portas (dizem-me).
eu sou péssima a encerrar assuntos. Mas continuo em frente.

Mesmo que a memória me traia.
Bj de compreensão

Su disse...

tem razão a maria...........

......sempre presentes...........as ausencias.............


jocas maradas

Anónimo disse...

Vamos ficando, ficando. apenas porque os capítulos de amor são breves. tão breves como são as despedidas. adormece-se quando a saudade já é pedra.