sábado, abril 07, 2007

Incompleto...

Nada me resta já que não um humilde amor perdido.
Nada de ambições
Nada flúi nos meus sentidos.
Nada sou agora, neste momento...
Nada me resta nesta hora final
De todos me despeço indiferente.
De todos levo lembranças, saudade nesta partida tardia...
As tuas cartas de amor. Os meus discos. Os poemas que escrevi...
Nada são. Tudo isso hoje, ao partir se dissolveu.
Tudo isso, amanhã será passado,
Que hoje é o presente. – Embora me sinta dele ausente...
Nada me resta que não a pureza d`um amor passado
Nada me resta que não eu próprio,
E este sentimento imenso de incompleto...

João marinheiro, Novembro 1983

7 comentários:

Eme disse...

Estou feliz que aqui estejas. Não sei se é para demorar ou não, mas ler-te de novo vale tudo. O passado não precisa de nos abandonar, e nem pode. Fica-nos sempre agarrado por mais que tentemos libertar-nos. Há apenas que saber sobrepor o presente ao passado. Novos momentos, novas emoções. Novas conquistas. Adoro-te meu marinheiro. Um abraço e uma páscoa feliz.

Maria disse...

É bom ler-te há 23 anos e um bocadinho.
Este desprendimento, será o mar que o provoca?
Porque é que há aqui, neste teu poema antigo, palavras, frases que eu também sinto?
É porque deixamos perder o olhar no grande azul que depois nada importa?
A não ser o azul?

Abraço-te, muito inquieta
(como inquieto estava o mar ontem, em Peniche, na Nau dos corvos, na papoa..)

Anónimo disse...

e nessa imensidáo toda Joáo, fica mais espaço pra novas e melhores gentes.deixo-te aqui o maior abraço de hoje só por teres voltado meu amigo.
beijinhos de doce chocolate
smak!smak!

Maria disse...

Passei para te reler...
... e deixar-te um abraço..

rtp disse...

Mais um post muito lindo!
Incompletos nos sentimos nós, seus leitores, durante o período em que o seu blog tinha o acesso restringido! :-)

Anónimo disse...

Tua ausência...

Todos esses dias a chuva fina não embaçou apenas os vidros das minhas janelas,
mas também o vidro dos meus olhos.
Acho que pela tua volta, merece mais que um abraço incontido de saudades...
Mas, um beijo de flores inventadas,
de ruas sem casas, de um mar sem dono, mas azul e misterioso...
Contado sempre e sempre pelo nosso João, hoje presente e ainda poeta!!!

tb disse...

Porque a cada dia nos construímos um pouco....e há quem disso se aperceba. :)
Beijos completos