sábado, dezembro 11, 2010

interminavelmente...(repetição!)


Fico aqui interminavelmente a imaginar-te a vinda à tua espera tardiamente a ida não chegamos e não partimos estamos desencontrados nas horas dos dias frios espero-te ainda que voltes hoje mais logo pelo entardecer e a tua silhueta recortada na praia em contra luz apetece-me e os teus cabelos soltos e negros ao longe confundem-se no negro da noite que chega a horas certas porque só essas são horas certas e as nossas não eu sei tu sabes e o tempo também e quando voltares estarei envergando a vela alva da nossa catraia para partir outra vez em busca do pão que o mar há-de dar na forma de sardinha prateada e viva mas agora fico aqui a imaginar o teu rosto e o brilho do teu olhar já te disse hoje que o vejo todo no mar o teu rosto e olhar


Novembro 2007
João marinheiro 2010
Fotografia de Barcoantigo em 2008

4 comentários:

Maria disse...

Podes repetir mais, tenho saudades de te (re)ler.
Sempre o mar... e ainda bem!

Abraço.

Sónia disse...

Venho aqui sempre espreitando esperando tentando a saudade matar dos dias e noites e tempos de um velho lobo do mar que escreve reescreve repete renasce e vive sempre no meu coração

Beijo doce no teu mar de memórias

abelhaferrona disse...

Pena que só me apeteça ler os pequenos momentos escritos do seu blogue quando estou triste, o que é o meu dia a dia, mas deveria ser o contrário deveria ler estes lindos pedaços de palavras colados no meu ecran quando me sinto bem, mas esse sentir bem é tão raro, quase inexistente, que já tenho tão poucas memórias que as guardo religiosamente num pequeno espaço da minha memória que é a minha caixa de segredos, segredos esses que são a pessoa que eu era há tantos anos atrás, e que tento não a esquecer por isso guardo-as na axiacaahnima ou seja na minha caixa.
Um abraço deste lado, na terra, neste momento chove intensamente deve ser lindo estar âncorado, mas eu já âncorei na cama e estou a ouvir o som da chuva.
AnaBorges

abelhaferrona disse...

Sempre que estou triste lei-o. Não deveria ser assim, deveria ler este blogue quando estou alegre, mas essa alegria desapareceu há tantos anos, que dela só restam pequenos fraguementos na pouca memória que ainda faço para que exista