Não sei quantos
dos dias ainda serão de chuva,
Não me
importo que seja uma primavera adiada
As flores se
atrasem a desabrochar
As noites são
longas em mim
Não consigo
vencer a falta de sono o desassossego interior
Por vezes
dormes ao meu lado
Por vezes
desenho-te de memória na cama
E percorro as
tuas costas com beijos ternos
Por vezes
acordas e dás-me um abraço apertadinho
Ficamos
aninhados um no outro
Adormeço por
fim…
Mas tudo é
irrealidade em mim
Tu, a tua
silhueta, a tua pele
As formas do teu
corpo despido
Os cabelos na
almofada desalinhados
As tuas mãos
abertas...
E os beijos
São como
gotas da chuva que escorre na vidraça fria
Não passam de
criações do cérebro cansado
O
desassossego interior
O livro
aberto sobre a cama
A falta de
sono…
João marinheiro Ineditos 2013
Fotografia de António Mizael www.olhares.com
4 comentários:
Não tenho palavras.
Muito belo!!!!
Abraço de chuva.
Este teu livro aberto, ao qual me deixas espreitar de vez em quando,tão de vez em quando, que me levas o meu sono para dentro do teu sonho...ou não fosses tu o marinheiro que habita num mar nunca navegado, apenas sonhado...
Tudo isso apenas acontece,na ausência do sono!
tão terno e tão belo...
:)
gostei ...muito
brisas mansas**
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