11.25h
Está calor
Bebo uma água fresca enquanto a brisa quente seca os corpos
morenos estendidos neste pequeno pedaço de praia de areia fina e águas verdes
esmeralda.
A mesa onde escrevo é plástica. Amarela. Cheia de pequenas
frases que me distraem um pouco a tentar
decifrar o que encerram por dentro.
Esta noite foi a última aqui deste lado do mar.
Não sei se volto. Possivelmente volto. Tenho de voltar a
este lado do mar a sul e a oeste de todos os meus portos de abrigo para
aprender. Aprender no pouco tempo que me resta ainda por cá, porque estou de
passagem na curva descendente da vida.
Volto para conhecer barcos e velas e mareações. Sentir o vento
quente misturado com o sal. Navegar de encontro ao por do sol…
Os minutos passam demasiado lentos e duas pombas percorrem o
chão de cimento aos meus pés em busca de pequenos pedaços de alimento sem medo.
Uma cigana, deve ser uma cigana, com o seu vestido Baiano lé
a sina e inventa um futuro risonho às mulheres do grupo sentado na minha linha
directa do horizonte de mar.
Sente-se o cheiro a peixe frito. Os petiscos saborosos que
por cá se fazem em qualquer lugar. A vida fervilha, sente-se. Gosto de provar
os sabores.
11.36h
Escuto o som de uma radio misturada com a batida baiana em
fundo notícias do dia. Aqui não se sente tristeza. Todos vivem sorrindo. É o
sol e o vento quente que lhes molda o espirito e o jeito de ser.
Continuo sentado numa esplanada frente à praia e espero que
algo aconteça.
Amo-te.
Fortaleza Novembro 2012
Fotografia de Barcoantigo 2012
2 comentários:
Às vezes pergunto-me porque ainda teimo em escrever, só às vezes, se tu já não me lês...
Espero-te sempre, tu sabes. E eu sei que não vens. Porque às vezes o sempre também é o nunca.
.........
A tua escrita fez-me recuar um pouco. Inveja boa de ti, aí em terras de vera cruz. Boa viagem no regresso.
Abraço do lado de cá.
e é preciso voltar!
sempre!
beijo
;)
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