Éramos dois ao serão nas noites da memória, eu e tu, e uma gata persa triste.
Um dia foste embora e continuamos dois. Eu e a gata persa triste que entretanto morreu com saudades das tuas festas.
Ainda somos dois.
Eu e a memória tua nas noites agora longas e frias.
Nunca te disse da forma como te amava.
Ou como te amo agora que aprendi este amor novo em silêncio feito de esperas e de desejos como fogo frio a consumir-se por dentro.
Espero também partir e depois já não somos ninguém à tua espera.
João marinheiro 2008
Fotografia de Barcoantigo 2008
9 comentários:
"Espero também partir e depois já não somos ninguém à tua espera."
Um abraço forte
A excelência... ao quadrado!
Pungente, quase lancinante este grito de amor e solidão. Que se lança, certeiro, no nosso urgente desejo de beleza,apaziguando-o. A foto, potencia o grito.
Tudo muito belo
muito bem...lembras-me sempre o José Luis Peixoto.
gostei!
beij
por isso devemos dizer sempre a cada momento antes que estes acabem :)
Sempre ao nível da excelência as palavras que escreves. :)
beijo daqui cheiinho de saudades daí
as tuas palavras aliadas á música dos madredeus fizeram-me (re)acreditar que existem eternos amores, amores de "haja o que houver"...
beijo
Eu quando te leio sinto as minhas lagrimas a romperem dos olhos...
beijinho
Que bonito e triste que é "espero também partir e depois já não somos ninguém à tua espera"
É importante partir. Olhar o mundo com olhos de ver...Distanciarmo-nos do objecto. Talvez este continue a ter sentido ou não.
Até que ponto não é uma mistificação.
Beijinhos deste lado.
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