Vieste possuída de todas as palavras. De todos os momentos plenos e partes em silêncio, quase como o larápio que apaga os rastos na casa profanada
Que leviano é o mundo
Que leviano é o sentir
Que levianas as palavras
As palavras tornam-se desejos demasiado pesados em nós
Do outro lado o tempo é um tempo demasiado efémero
Por vezes sentimos a corda nas mãos e na boca como uma mordaça
As palavras ficam a meio da garganta
Só o pensamento é livre e solto, e o regresso é um regresso que se desconhece
Ficamos temporariamente felizes, diria até anestesiados, esquecidos dos dias, das dores, das ausências
Preferia que nunca tivesses vindo
Esta é a forma de me magoar de novo
A desilusão que são as pessoas
O que são pessoas na nossa vida
Momentos breves?
Não posso amar-te com o amor com que amam os amantes
Pela madrugada sob os lençóis de uma cama de terceira categoria
Não posso amar-te com o desejo substituto da paixão animal de um lobo predador
Não posso amar-te com a violência no rosto demasiado lívido
A dor que perdura nas palavras findas
Os olhos demasiadamente abertos
Um rodopio de cordas por dentro do corpo
Todo ele range. Desfalece
As deambulações perdido por aqui
Altas horas da noite
Já não estás
Porque partes sempre?
Só o poeta vive em mim
Só ele é eterno e amado
O amor precioso
O amor preciso
O amor forte
Só ele sabe ver onde o olhar se confunde com o sal espelhado
Nas paredes rubras da saudade
A definhar no horizonte.
João marinheiro 2007
Fotografia de Barcoantigo
10 comentários:
Mais um post belíssimo! Não me canso de o ler, joão marinheiro!
Voltarei para comentar tamanha beleza neste Mar de sentimentos!Nesse momento falta-me as palavras.
Porque me angustio às vezes, quando te leio?
Queria tanto escrever o que senti, queria tanto tirar este nó que quase me sufoca...
Um abraço apertado
Infelizmente João as pessoas cada vez mais são momentos breves. Ficamos nós marujo... os amigos, os amantes da palavra.
Beijo para ti com desejos de uma Boaaaaaaaaaaa regata. :)
...Poeta?
Não!...
...Hoje comparo-te a um livro de cabeceira
Uma raridade
Uma jóia
Um eterno amigo!
Todas as tuas páginas estão escritas com infinita riqueza
Que acalma
Enriquece
Eleva à uma profunda paz
Até o momento desconhecido... A morte de mais um dia!
Sempre leio-te
Um abraço sempre...
sem palavras... a sério!!!...
tão belo....Poeta.
beijo.
Sim, poeta, só o amor eterno e verdadeiro...
Abraço enquanto olho esse arrear das velas e sorrio
Têm de ser breves os momentos,para deles guardarmos tudo. E têm de ser breves porque também são curtas as despedidas.
Um abraço prometido ontem, meu marinheiro
Este marinheiro está cada vez melhor!
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