Estás surda não estás?
Não me respondes.
Não me respondes.
As pessoas são assim, deixam de falar, deixam de estar, deixam de ser importantes ou talvez não. São livres de viver e de irem. Um vaivém perene como os comboios numa estação do metro que anda pelas entranhas sem nunca ver a luz do sol.
Só nós ficamos. Os sobreviventes das palavras. Os sobreviventes dos sentidos. Os sobreviventes do amor.
Só nós ficamos sem amor nenhum já. Só nós, para tentar remendar esta palavra. Esta manta de retalhos rota. Esta palavra AMOR. Só nós, os sobreviventes, para tentar dar o carinho que resta ao amor perdido, nas linhas negras, do tal metro que anda por dentro das veias onde o sangue já não tem brilho e é baço como o olhar.
- Só nós!
Estás surda. Calculo que da insistência das rodas nos railes diariamente na estação do metro junto à tua casa. Só eu não sei da tua casa, da tua janela. Só eu não sei nada de ti. Acho que nunca te perguntei de ti.
- E de mim perguntaste? – E de mim!
Já não me escutas.
Estarás surda porventura?
Só nós ficamos. Os sobreviventes das palavras. Os sobreviventes dos sentidos. Os sobreviventes do amor.
Só nós ficamos sem amor nenhum já. Só nós, para tentar remendar esta palavra. Esta manta de retalhos rota. Esta palavra AMOR. Só nós, os sobreviventes, para tentar dar o carinho que resta ao amor perdido, nas linhas negras, do tal metro que anda por dentro das veias onde o sangue já não tem brilho e é baço como o olhar.
- Só nós!
Estás surda. Calculo que da insistência das rodas nos railes diariamente na estação do metro junto à tua casa. Só eu não sei da tua casa, da tua janela. Só eu não sei nada de ti. Acho que nunca te perguntei de ti.
- E de mim perguntaste? – E de mim!
Já não me escutas.
Estarás surda porventura?
João marinheiro 2007
Fotografia; Rui Vaz/www.olhares.com
9 comentários:
Não me parece que ela esteja surja. Tu é que não a ouves nem a sentes a mover-se no teu silêncio. Há quem opte por se afastar João e creio que, por muito que nos rasgue a alma só podemos resignar-nos e ter, talvez esperança.. Não a percas, porque és um grande homem. Um abraço
surja -----> surda
Profundo! A raiva,a revolta, a vida que dás ás palavras cala-me...
Um bj
Os ouvidos também têm o seu mistério...
:)
Em meus dias silênciosos
Ainda me encanto
De quê sejas tu um poeta
sobrevivente... à acarinhar o amor!
"Só nós ficamos. Os sobreviventes das palavras. Os sobreviventes dos sentidos. Os sobreviventes do amor. Só nós ficamos sem amor nenhum já."
***
Fiquei angustiada...
Faço das palavras da Maria as minhas marujo... tu sabes, porque tantas foram as vezes que conversamos sobre isso... Só ficam os sobreviventes das palavras... os que amam incondicionalmente o que escrevem e para quem o escrevem... Os que não sobrevivem são sonhos efemeros, na arte do sentir.
Nós sabemos isso... não é algo que nos cause admiração. :)
Beijitos mareados, marujo ranzinza... :)
ah amor amigo.
...estive fora em trabalho.voltei e aproveito esta tua chamada de atenção para aqui te deixar um abraço muito forte.
João meu querido amigo...como estás?
beijo da ana.
São os sobreviventes que transformam as palavras em arte.Enchamo-nos de amor porque muito há por e para isso. Depois...há sempre um. Como tu sabes escrever bem, João! :)
Beijos sobreviventes
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