segunda-feira, março 06, 2006
ONTEMPTUS MORTIS*
Um homem.
Cansado de procurar.
Num lugar.
No tempo.
O desprezo. A loucura. O ódio na terra.
O silêncio do mar
Os segredos de amar.
O ódio
Encontrou através do olhar. Parado.
Num lugar.
Sem se estar
Durante o dia e a noite. Sem poder-lhe tocar
Nos horizontes do mar.
A morte
A passagem para outro olhar.
Num outro lugar.
Tristezas de quem quer encontrar
O mesmo olhar no mesmo lugar.
Segredos de quem quer encantar.
Mas não pode explicar
Mistério
Vazio.
Um desprezo enorme de não poder regressar
De não poder voltar a tocar.
Uma mulher.
Paixão. Sem corpo.
Caixão. Sem olhar.
Maldição.
Sem nada para dar.
Sem nada para ver.
Sem nada para amar.
Talvez.
Nos horizontes do mar.
* “Desprezo de morte”
Poema de Rodrigo Leão Maio de 1995
Revista Egoísta, Maio de 2003
Edição Casino Estoril
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