sábado, março 15, 2008


A aurora de hoje é uma cor fria cinzenta com brisa a arrepiar a pele e da janela onde contemplo o mundo, o meu mar, os corvos marinhos vigilantes abrem as asas sobre a penedia esvoaçando em movimentos enérgicos a secar a penugem negra, e na praia que imagino sempre, as pequenas ondas alheias a eles chegam aos pares, para adormecerem na areia misturadas com milhares de conchas vazias de vida que rolam e fazem um som estranho. Lamento que só os velhos lobos-do-mar entendem e decifram nesses sons os recados do mar presente e depois um depois adiante do estremunhar do pestanejar do abrir definitivamente os olhos à luz do dia ainda cinzento lentamente a clarear sinto frio.Desisto de ti. Adormeço o sentir. Hoje o vento de nordeste gelado entra-me pelos ossos adentro. O velho navio alquebra-se.