Vês a gaivota que vem ao sabor da brisa húmida de norte. Vês?
Trás as asas do desejo. Já passou o porto de abrigo, o porto onde repouso da viagem e retempero as forças, saro as feridas.
Pedes-me que parta de novo...
E eu vou, uma viagem pelos sentidos com o sentimento à flor da pele. Já não vou só, deste-me a mão. Ensino-te os caminhos, o lugar das coisas nos seus sítios, aprendes a sentir a alma do velho barco... E eu estou lá em cada ranger das tábuas, em cada roçar das velas pelos brandais...Ensino-te a pegar no leme, a olhar a agulha, traçar o rumo, perscrutar o horizonte, ver nas nuvens o anúncio de borrasca, nas andorinhas do mar o aproximar de terra. Aprendes a amar o meu mundo azul e os temporais, as calmarias imensas. Somos de novo crianças, corremos na beirada da praia, apanhas estrelas e conchas vazias que guardas junto ao coração. Faço barcos das cascas de pinheiro que partem, e eu vou junto vogando nas ondas...Chegas-te a mim, e então retorno ao porto de abrigo. Dás-me a mão, continuamos sorrindo, a gaivota perde-se no horizonte...
(…Escrevo porque me inspiras...)
quarta-feira, agosto 23, 2006
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7 comentários:
me fez recordar coisas boas..tempos idos...
valeu
jocas maradas
Mais que isso, escreves porque respiras. Escreves ao respirar. Nasceste respirando e renasces escrevendo.
Entre o ensino e a aprendizagem meu querido João, encontra-se a palavra amor.O mesmo amor com que escreves o bater da saudade.
É refrescante ao ambiente marítimo em que nos fazes mergulhar... Escrita feroz, escrita de mar...
Cheguei e li-te. Tudo aquilo que perdi nestas semanas. Pelo menos aquilo que pode ser lido...
Devo dizer-te que cada vez gosto mais de te ler. Cada vez gosto mais da tua escrita.
Sorte a nossa saber que te inspiram assim à escrita!
Palavras muito bonitas meu João (e que saudades tinha de escrevê-lo), tudo o mais digo de outra forma. E é tanto...
Beijo enquanto a ausência terminou mas espero que não suceda o mesmo com a inspiração
João... Incluí as tuas Memórias nas minhas Camuflagens. Porque gosto de as ter por perto.
Espero que não te importes.
Um abraço.
"Tu és o cheiro a terra lavrada que se sente molhada nos dias de chuva"...
... Este homem sabe!!!
:-)
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