Se…
Descobrires a palavra para lá do vidro húmido
Embaciado e sem cor. Diria que
Meus olhos não querem
Essa partida imprevista e indesejada
Se…
Guardares o sabor para lá dos lábios frios
Para lá do tempo que existiu breve
Diria que ainda resisto a esse momento
Que se finou calmamente
Se…
Continuares o nosso passeio pela beira-rio
Amarfanho em mim este anseio de entrelaçar
Nas minhas as tuas mãos
E andar silenciosamente
Se…
Te sentares no nosso lugar a ver o por do sol
Relembro e revivo cada momento cada instante
E a ausência tua dói cá dentro
Sem cura nem remissão
Se…
Compreenderes a palavra para lá da saudade lenta
Meus olhos marejados de lágrimas
Esboçam um sorriso de um amor
Que começou antes mesmo de terminar
Se…
Entenderes porque amo
Porque sinto o peso e a dor
De nunca mais te voltar a ver
Se…
O amor.
Fosse simples assim
Como sou eu neste fim de tarde
Com esta saudade ilimitada
Sem poder compartir
João marinheiro ausente, poema partilhado com Piedade Araújo Sol
Fotografia de Barcoantigo
4 comentários:
Se ...
O que escreves fosse publicado ,seria um best-seller:))
Bjs!
Se...
Todos pudessem compreender!
Lindo, terno, doce, este poema partilhado.
Visitei o seu blog marinheiro, e gostei, entrei triste, mas não vou mais triste, vou perdida nas plavras.
um abraço
"escuto a saudade que range nos cabos" e escuto a saudade que range em mim, do mar, do medo, do profundo, do sal que ficou invisivel na minha pele.
Apenas lhe sinto o peso.
Gostei muito!
Van
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