É um emaranhado de compartimentos ou prateleiras catalogadas
De dias ininterruptos que por mim passam lado a lado
Porque penso em ti
E ocupas oitenta por cento da actividade cerebral
Deixo de pensar em mim
Assim absorto, surpreso, dou por mim e desnorteio-me
Fico perdido na tua saudade
Como não existes em carne e osso
Não passas de um holograma
Ou milhões de pontos no computador que tenho por cérebro
Assim,
Quando domino esta técnica, e me canso do jogo
Fecho-te num dos compartimentos da memória, catalogada na prateleira dos sonhos
Quando me lembro
Ou a saudade me dá a mão num passeio pela beira-rio
Vou buscar-te, e revejo como num filme em câmara lenta
O teu andar
O teu riso
Ou simplesmente a tua presença
A companhia que me fazias nos dias longos do silêncio
Ou o olhar de interrogação que me dirigias
Quando eu desajeitado, não sabia onde vagueava, ou perdia o norte.
Assim meu cérebro
Obra-prima da engenharia humana, ou da procriação
De vez em quando tem falhas
Ou lapsos
Ou faltas de espaço na memória do disco da vida
E eu, grotesco, armado em adolescente
Continuo a escrever-te, ou a tentar insistentemente
Porque já não te falo.
Assim escrevo desta forma dolorosa
Um parto difícil, a conjugação das palavras e dos verbos
Ou o sentido do que te quero dizer
E não confesso, mas está explicito
Porque já não te amo, ou nunca amei
E só sonhei contigo
E se és um sonho, ou te imagino
Inevitavelmente continuas a ocupar oitenta por cento da actividade cerebral
O meu cérebro, é ainda um gigantesco motor eléctrico em serviço contínuo
Guarda todos os registos da tua memória
Um imenso ordenador
Metódico!
Catalogado e arrumado!
Em gavetas compartimentadas e estanques!
…Assim, passas a ser um imenso número
Simples código de barras, num simples registo, à distância de um clic
Recordo-te quando quero, e esqueço-te quando não quero
Aparte isso, caminhas sempre ao meu lado por Lisboa.
Ou a saudade me dá a mão num passeio pela beira-rio
Vou buscar-te, e revejo como num filme em câmara lenta
O teu andar
O teu riso
Ou simplesmente a tua presença
A companhia que me fazias nos dias longos do silêncio
Ou o olhar de interrogação que me dirigias
Quando eu desajeitado, não sabia onde vagueava, ou perdia o norte.
Assim meu cérebro
Obra-prima da engenharia humana, ou da procriação
De vez em quando tem falhas
Ou lapsos
Ou faltas de espaço na memória do disco da vida
E eu, grotesco, armado em adolescente
Continuo a escrever-te, ou a tentar insistentemente
Porque já não te falo.
Assim escrevo desta forma dolorosa
Um parto difícil, a conjugação das palavras e dos verbos
Ou o sentido do que te quero dizer
E não confesso, mas está explicito
Porque já não te amo, ou nunca amei
E só sonhei contigo
E se és um sonho, ou te imagino
Inevitavelmente continuas a ocupar oitenta por cento da actividade cerebral
O meu cérebro, é ainda um gigantesco motor eléctrico em serviço contínuo
Guarda todos os registos da tua memória
Um imenso ordenador
Metódico!
Catalogado e arrumado!
Em gavetas compartimentadas e estanques!
…Assim, passas a ser um imenso número
Simples código de barras, num simples registo, à distância de um clic
Recordo-te quando quero, e esqueço-te quando não quero
Aparte isso, caminhas sempre ao meu lado por Lisboa.
João marinheiro ausente
7 comentários:
O que ouviu os meus versos disse-me: "Que tem isso de novo?
Todos sabem que unia flor é uma flor e uma árvore é uma árvore.
Mas eu respondi, nem todos, (?.......... )
Porque todos amam as flores por serem belas, e eu sou diferente
E todos amam as árvores por serem verdes e darem sombra, mas eu não.
Eu amo as flores por serem flores, diretamente.
Eu amo as árvores por serem árvores, sem o meu pensamento.
Qué capacidad tienes para escribir lo que te dicta el corazón...?. Saludos.
Tanta nostalgia, no entanto os teus poemas são como música que baila e nos envolve completamente. Sonhar é bom, mas realizar os sonhos é ainda muito melhor. O que mais alimentará a nossa alma se não amores, paixões mesmo que mal resolvidos ou interpretados? Força amigo, um abraço.
Hoje ao ler-te pensava :
"Mas porque raio ele não diz á miúda o que escreve aqui"...fica a questão no ar...Porque não lhe dizes o que te vai na alma?
Bjs:)
Este Marinheiro navega por águas muito turbulentas! E ainda dizes que já não a amas? Então o amor agora mudou de nome? Fica bem.
Achei lindo teu poema. Beijos.
Entrei...li, vou sair de mansinho...para não interromper o silêncio que gostas de te afundar.
Gosto de ti mar!
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